quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Encosta-te a mim, nós já vivemos cem mil anos.

Encosta-te a mim, talvez eu esteja a exagerar.

Encosta-te a mim, dá cabo dos teus desenganos

Não queiras ver quem eu não sou, deixa-me chegar.

Chegada da guerra, fiz tudo p´ra sobreviver

Em nome da terra, no fundo p´ra te merecer

Recebe-me bem, não desencantes os meus passos

Faz de mim o teu herói, não quero adormecer.

Tudo o que eu vi, estou a partilhar contigo

O que não vivi, hei-de inventar contigo

Sei que não sei às vezes entender o teu olhar

Mas quero-te bem, encosta-te a mim.

Encosta-te a mim, desatinamos tantas vezes.

Vizinha de mim, deixa ser meu o teu quintal

Recebe esta pomba que não está armadilhada

Foi comprada, foi roubada, seja como foi.

Eu venho do nada porque arrasei o que não quis

Em nome da estrada, onde só quero ser feliz.

Enrosca-te a mim, vai desarmar a flor queimada

Vai beijar o homem-bomba, quero adormecer.

Tudo o que eu vi, estou a partilhar contigo

E o que não vivi, um dia hei-de inventar contigo

Sei que não sei às vezes entender o teu olhar

Mas quero-te bem.

Encosta-te a mim...

Encosta-te a mim...

Quero-te bem...

Encosta-te a mim.

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